quarta-feira, 28 de novembro de 2012

UM CONTO DE FADAS João Paulo Feliciano Magalhães



Numa terra distante, onde as pessoas vivem sobre um relevo de montanha russa, fugindo das enchentes... onde, de vez em quando, o dia tem apenas 16 horas devido aos eloquentes toques de recolher... havia uma escolinha. Como em toda escolhinha, havia lá um estacionamentozinho com carrinhos, uma cachorrinha (e um cachorrãozinho), um parquinho, escadinhas com degrauzinhos, um patiozinho repleto de pombinhos nojentinhos, comidinha, bebidinha (e outras coisinhas psicotropicazinhas), trabalhinhos do primarinho, livrinhos sujinhos amontoadinhos e outros trocinhos.
Nessa escolinha, praticamente um reino encantado, havia um reizinho, acompanhado por toda sua tabula quadrada de ministrozinhos. Estes, por sua vez, comandavam os “sabiozinhos” no embate dialético com seus alumines.
Com tal poder retórico, invejado por Marx, Obama e Marcola,, o reizinho comandava seu pequeno reino/escola. Felizes com os acordinhos com este ou aquele, o sabiozinhos desfrutavam dos prazeres que só tal reino poderia oferecer. Conduziam seus trabalhos com os alumines no compasso de Wagner: devagar e sempre (ao menos Wagner admitiu que tocar de vagar uma sinfonia é algo dificílimo). Os pobrezinhos alumines, por sua vez, morriam de fomes: fome ética, fome política, fome intelectual, fome de respeito.
Mas eis que, num dado momento, um alumine, ousado diria eu, levantou-se contra o rei e arriscou seu destino interpelando seus sabiozinhos. Um dia, invadiu a sala do rei e exclamou:
-- Quem o senhor pensa que é para nos tratar dessa forma? Deus? Mito? Fidel Castro? Obama?
-- Ora, pois, insolente! Eu deveria condená-lo a sangrar eternamente pelo seu boletim. Mas vou apenas privá-lo dos seus 200 dias letivos como pena, caso você se ajoelhe e beije meus pés.
-- Nunca! A constituição me garante plenos direitos subjetivos nesse reino/escola. Exijo que o senhor pare com suas atitudes déspotas.
Num sorriso, o reizinho puxou o pobre ser menor de 18 pelo braço e exclamou:
-- Você quer mesmo saber quem sou eu?
-- Si... si... sim.
-- Eu sou o Professorzinho.