quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Simple and small (João Paulo Feliciano Magalhães)


Loneliness is something crazy.
We seem to be a harmonic
lost
in the middle of an ultra-dissonant chord,
that's so unstable, makes this harmony is being eroded volcano
ultra-sound.

Chinese’s gold Box (João Paulo Feliciano Magalhães)


Há mulheres
Que amamos não por um passeio no bosque,
Ou por uma fugidinha pro Caribe,
Mas simplesmente
Por serem um presente
E serem presentes.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Solidão que nada, eu quero o mundo como parceiro (João Paulo Feliciano Magalhães)


Nesses dias, numa conversa com uma goldenfriend, ouvi-lhe dizer que, às vezes, nosso mal é querer transformar merda em ouro. Ela dizia que já ouvira isso de outra pessoa e que, quando o fizera, rira muito, mas muito mesmo. Bem, a aplicação de tal frase se deve ao fato de estarmos conversando sobre um assunto bastante ácido, eu diria: relacionamentos.
Pois bem, nesses das de férias, é só o que tenho ouvido (e vivido) de meus amigos, um grande debate acerca dos relacionamentos. Ora, sejam como for – fantasmagóricos, mutantes, esquisitos, melados, água pura e tantos outros – estão sempre presentes nas nossas conversas (e na dos ébrios, certamente). Alguns no enche de esperanças, de pulsos vitais... outros são vagos... outros efêmeros...
Todavia, um tipo desses que me tem intricado é o finado. Os relacionamentos mortos são tal qual um cadáver num laboratório de anatomia de uma universidade qualquer: se tivesse algum pulso vital, até retrucaria, mas não passa de um monte de carne e ossos contemplativos e em decomposição. Creio que esses relacionamentos finados são piores que os fantasmagóricos, pois, no caso do segundo, ainda há certa “forma”, mesmo que seja no modo de espectro, ao passo que no primeiro, só basta enterrar.
Jabor, numa crônica, que me foi enviada por uma personagem de um desses relacionamentos finados (zumbis, eu diria – por não ter palavras próprias e/ou idéias bem articuladas para escrever o que pensa) dizia que, se o outro tem dúvidas, não temos o direito de impedi-los; só nos cabe esperar (ou não). Entretanto, o ilustre cronista não mencionou o caso dos relacionamentos finados. Se me é permitida a ousadia de completar algo, já que o discurso de Jabor não é mais só seu, eu afirmo que NÃO DEVEMOS FICAR CHAQUALHANDO O CADÁVER DE UM RELACIONAMENTO ENQUANTO A VIDA PASSA NA JANELA. Por fim, se despertarmos para uma postura não-só, diferentemente de uma solidão mascarada em relacionamentos fúteis, se tivermos coragem para isso, talvez vivamos bem melhor.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Raios ultra-violência (João Paulo Feliciano Magalhães)


A passionalidade da vida é sempre uma Reges Bitencour: sedutora, de mão dupla, dá sempre em lugares interessantes, até maravilhosos, porém, muito perigosa. Lidar, pois com essa passionalidade é sempre uma esfinge. Talvez o leitor reclame: “lá vem mais uma bobajada amorosa de um não menos bobo apaixonado”. Pode ser que sim, mas, prefiro correr o risco de ouvir isso. O fato é que esse negócio de paixão é tão complexo quanto variado. Há paixões que perduram a eternidade, outras que duram meia dúzia de beijos; há aquelas que são doces e suaves, outras que são um tornado, praticamente um twist of Love.
Mas mesmo sendo complexo, é delicioso. Às vezes é mais gostoso um beijo que lhe mexe todos os neurônios e células-ram do que uma vida monótona de cores televisivas. Cansei, sabe?! Cansei de relações mornas com seres e coisas; cansei de ficar vendo o maldito Silvio Santos e o Gugu aos domingos no sofá; cansei dos velhos chinelos pretos, meias pretas, roupas de moletom pretas, cabelos de sono pretos...
O jocoso é que, mesmo quando há agitação, nervosismo, se o movimento supostamente passional é falido, tudo se torna chato... desnecessário... fora de seu momento. E os jogos de ciúmes: “Se você vir meu menino, entenderá... nem adianta se manifestar, ele dá dois de você” – parece um “monumento ao twist, como diria Stanislaw. Acho que, beirando meus trinta anos, o que posso perceber é que, não é exatamente o objeto que me atrai no contexto passional, mas o efeito absíntico que é provocado por ele.
Aos pequenos, minha risada não menos gótica.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Outra boca


João Paulo Feliciano Magalhães

Não me importa o tamanho
Nem a duração dos morangos,
Mas simplesmente,
E mineiramente,
Sua intensidade.