terça-feira, 16 de outubro de 2012

SONHAR (João Paulo F. Magalhães)


Às vezes eu me sinto um piá em seus braços
Acalentando-me como as rainhas das florestas com seus guris
Me fazendo sonhar as fantasias de moleques
E me ensinando com olhar de marfim pr’um menino
Menino este que cintilantemente
Flutua sobre a natureza de ser homem
Pra ser só seu...
Seu menino.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MANIFESTO CONTRA O PROFESSOR BATATA (João Paulo Feliciano Magalhães)



Enquanto isso, numa porta de uma escola qualquer da rede pública de São Paulo:
-- Senhoras e senhores... respeitável público de nossa naçãocirco. Pobres digeridores do escárnio do topo da pirâmide... olá! Gostaria de manifestar minha indignação – mais que isso – meu repúdio – mais que isso – ah, não importa – contra uma espécie de ser capaz de dissolver seus miolos, destroçar seu caráter, explodir seu ser. Ora, que ser é esse? Sim... o abominável, temido e mal educado Professor Batata. Mas, antes de tudo, preciso explanar quem é esse ser diabólico – numa perspectiva cristã (ou nazocristã). O Professor Batata é um ser que habita nossas salas de aula e vem assustando nossas proles. Ele possui uma característica inconfundível: uma cabeça de batata. Aí, então, queridos, vocês podem se perguntar: o que seria uma cabeça de batata? Uma cabeça de batata consiste em uma parte do corpo do Professor Batata que abriga um cérebro de batata.
-- E como seria um cérebro de batata?
-- Ele é chato e assimétrico, cheio de massa carboidrática, mas com pouquíssima atividade neurossapiencial.
-- Ó!!!
-- Pior que é! E, ainda, amigos, nossas proles correm o risco de serem transformados em Seres Batatais em seus laboratórios macabros: as escolas.
-- Ó!!!
-- Sórdidos, fúteis, mesquinhos, falaciosos, infiéis, maldosos... IGINORANTES!!!
De repente, um sapato, belo sapato, vermelho, comprado na Oscar Freire, voa e... PAH!!!
-- Demônio! Não posso deixar essa tranqueira falar mal de nós professores.
-- Ah, professora!!!