Enquanto isso, numa porta de uma escola qualquer da rede pública de São
Paulo:
-- Senhoras e senhores... respeitável público de nossa naçãocirco. Pobres
digeridores do escárnio do topo da pirâmide... olá! Gostaria de manifestar
minha indignação – mais que isso – meu repúdio – mais que isso – ah, não
importa – contra uma espécie de ser capaz de dissolver seus miolos, destroçar
seu caráter, explodir seu ser. Ora, que ser é esse? Sim... o abominável, temido
e mal educado Professor Batata. Mas, antes de tudo, preciso explanar quem é
esse ser diabólico – numa perspectiva cristã (ou nazocristã). O Professor
Batata é um ser que habita nossas salas de aula e vem assustando nossas proles.
Ele possui uma característica inconfundível: uma cabeça de batata. Aí, então,
queridos, vocês podem se perguntar: o que seria uma cabeça de batata? Uma cabeça
de batata consiste em uma parte do corpo do Professor Batata que abriga um cérebro
de batata.
-- E como seria um cérebro de batata?
-- Ele é chato e assimétrico, cheio de massa carboidrática, mas com pouquíssima
atividade neurossapiencial.
-- Ó!!!
-- Pior que é! E, ainda, amigos, nossas proles correm o risco de serem
transformados em Seres Batatais em seus laboratórios macabros: as escolas.
-- Ó!!!
-- Sórdidos, fúteis, mesquinhos, falaciosos, infiéis, maldosos... IGINORANTES!!!
De repente, um sapato, belo sapato, vermelho, comprado na Oscar Freire,
voa e... PAH!!!
-- Demônio! Não posso deixar essa tranqueira falar mal de nós
professores.
-- Ah, professora!!!