Numa terra distante, onde as
pessoas vivem sobre um relevo de montanha russa, fugindo das enchentes... onde,
de vez em quando, o dia tem apenas 16 horas devido aos eloquentes toques de recolher...
havia uma escolinha. Como em toda escolhinha, havia lá um estacionamentozinho
com carrinhos, uma cachorrinha (e um cachorrãozinho), um parquinho, escadinhas
com degrauzinhos, um patiozinho repleto de pombinhos nojentinhos, comidinha,
bebidinha (e outras coisinhas psicotropicazinhas), trabalhinhos do primarinho,
livrinhos sujinhos amontoadinhos e outros trocinhos.
Nessa escolinha, praticamente um
reino encantado, havia um reizinho, acompanhado por toda sua tabula quadrada de
ministrozinhos. Estes, por sua vez, comandavam os “sabiozinhos” no embate
dialético com seus alumines.
Com tal poder retórico, invejado
por Marx, Obama e Marcola,, o reizinho comandava seu pequeno reino/escola. Felizes
com os acordinhos com este ou aquele, o sabiozinhos desfrutavam dos prazeres
que só tal reino poderia oferecer. Conduziam seus trabalhos com os alumines no
compasso de Wagner: devagar e sempre (ao menos Wagner admitiu que tocar de
vagar uma sinfonia é algo dificílimo). Os pobrezinhos alumines, por sua vez,
morriam de fomes: fome ética, fome política, fome intelectual, fome de
respeito.
Mas eis que, num dado momento,
um alumine, ousado diria eu, levantou-se contra o rei e arriscou seu destino
interpelando seus sabiozinhos. Um dia, invadiu a sala do rei e exclamou:
-- Quem o senhor pensa que é
para nos tratar dessa forma? Deus? Mito? Fidel Castro? Obama?
-- Ora, pois, insolente! Eu
deveria condená-lo a sangrar eternamente pelo seu boletim. Mas vou apenas
privá-lo dos seus 200 dias letivos como pena, caso você se ajoelhe e beije meus
pés.
-- Nunca! A constituição me
garante plenos direitos subjetivos nesse reino/escola. Exijo que o senhor pare
com suas atitudes déspotas.
Num sorriso, o reizinho puxou o
pobre ser menor de 18 pelo braço e exclamou:
-- Você quer mesmo saber quem
sou eu?
-- Si... si... sim.
-- Eu sou o Professorzinho.