segunda-feira, 23 de julho de 2012

SUSSURROS E SABORES DE REGINA (João Paulo Feliciano Magalhães -- 23 de julho de 2012)


A sussurrar com seus gestos, num instante,
A musicar todo os passo num clarim,
Harmonizando entre pifes e jardins,
E articulando todo o mundo em diamante...

Assim, Regina, à estrada me remete:
A paraísos...  e montanhas... semitons...
A partituras.. sax.. solo... sol e sons...
A linha férrea: melodia se repete.

E as correntes... corrimãos... e tudo vibra...
Vermelhifica, verdifica cada tom...
Azulifica entre nuvens e sabores...

O seu cantar, o seu dançar, de tudo livra...
Sorrisifica, versifica os meus sons...
Abracifica e me seduz em seus odores.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

PASSEIOS (João Paulo Feliciano Magalhães)




As belezas não estão só nas metáforas
Ou nos olhos do poeta
Nas virtudes plásticas
Nas habilidades
Nas artes de fazer isso ou aquilo
Ou nas enumerações caóticas dos literatos...
A beleza está em toda parte
Mesmo que a parte não faça parte
Do todo menor
Ou faça parte
Do pobre maior...
A beleza é a certeza
Da ausência do certo e errado
Disso o daquilo
É puro e simplesmente
Ser belo...
Onde está a beleza?
Onde está a sua beleza?
A minha está aqui
Só não sei se é o mesmo belo que o seu.

domingo, 15 de julho de 2012

POEMA DE ONDE SÓ TU SABES (João Paulo Feliciano Magalhães)



São gêmeos...
Delicados com cristal...
Cristalizam meus lábios
Errantes por suas superfícies
numa conexão entre âmagos
e amados.

São gêmeos...
Brilhantes e deliciosos...
Alimentam meus sentidos
Articulados a seus centros
Nas emoções entre amigos trovadorescos
Amantes.

São gêmeos...
E sendo assim...
Unem beleza e fortaleza
Síntese duma alma graciosa
Delicada e repleta
De calor.

E sendo gêmeos
Me dão brilhos, sabores e calores...
São gênesis
São teus.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

MANIFESTO PINOT NOIR (Jopafema)




É alva, e acordamos para cada segundo do resto de nossas vidas. Família, trabalhos, carros, amores, mercado, paisagem, amores, anseios, angústias, amores, saudades, alegrias, futebol, amores, sorrisos, sentimentos, amores... Cada detalhe é um vidro em nosso mosaico grecocaótico. É uma pequenina cor, clara ou escura, híbrida e simples. Cada detalhe desses é um verso.
Os versos são emanados, não só dos lábios dos acadêmicos, mas das fitas róseas das crianças, das bocas dos amantes safados, dos beiços dos pedreiros e operários que não sabem ler, dos aparelhos fonadores de pessoas comuns. Comuns? O que é comum? Algo comum seria algo igual a outras coisas? Mas, nesse mosaico, cada vidrinho é assimétrico. Cada pessoa é diferente. Cada verso é singular.
E, nesse contexto, contestamos e cotextuamos com o Espírito Pinot Noir, em que o belo não é apenas um conceito: é a própria vida. Nesse espírito, palavras não entendidas são mais lindas que as não ditas, os silêncios são vocábulos, os olhares são alexandrinos, os sorrisos redondilhas maiores e menores. Somos comuns. Somos, pois, poetas. Somos os versos dos lábios de Deus. Somos o que somos, quem somos, o poema que somos. Isso, pois, através do caos, a poesia ainda existe.