quarta-feira, 27 de julho de 2011

CÉU João Paulo Feliciano Magalhães




As paixões que vem dos sóis de casa azul,
Que passam pelas mágicas lentes de sua luneta
E que voam rasantes feito águia entre as moléculas sonoras
Alumiam seus olhos cor de alma
e incendeiam os meus de cor de noite.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

ASTRO (João Paulo F. Magalhães)


Para os momentos de mais pura alegria azul,
de carinhos do Deus Mar,
tenho você.

domingo, 19 de junho de 2011

SUSTENIDO João Paulo F. Magalhães


Sou o que sou...
Sou um sopro na orelha do ser cosmopolita...
Ou a brisa de vida
Cintilante com cobre.
Nobre é a serpente
Na coroa da mente que cura...
E curva o mal em resignação.

Sou a manhã triste...
Depois de baladas ultratecnoformes,
Mas que faz pensar
Nos belos sorrisos
Não falaciosos
Do ser amado.

Sou mais um na estação...
Só não sou mais um olhar,
Pois todos os olhares de plataformas... trens... espaços... galáxias...
Exalam solidão triste.

Sou a imagem insistente...
Daquilo que nunca imaginou ver... ler... entender...
Das esfinges de nossos tempos...
Das corcovas cerebrais...
Dos submundos das periferias energéticas...
Dos perfumes abstratos...
Das carinhas de bebês...
Mãos, sapatos, blusas, cabelos, ideias, sentimentos... seres.

Estou em tudo isso,
Mas sou o que sou.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Psiu!!!


Silêncio! Uma joia abduzida pela mão desinteligente do progresso.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

TEOMOVIMENTOS



João Paulo F. Magalhães
Às vezes me surge uma ideia na cabeça acerca desse negócio de fé.
Minha mãe, sabiamente, costuma dizer que, fé é algo, digamos, pessoal, assim como a cor dos olhos, o formato do rosto, a cor dos cabelos etc. Ou, ainda, é uma manifestação interior que pode ou não ser ritualizada.
Mas, às vezes, nesse questionamento, deveras, persistente, surge-me o seguinte: para se ter fé, é necessário perder sua consciência? Para valorizar suas crenças, até que ponto a ritualização disso é importante?
Creio que uma das razões para que fique com essas ideias é a de conviver, como diria Antônio Cândido ou Massaud Moisés, com tipos, pessoas de personas religiosas, crentes ou qualquer outra denominação que se queira dar. Afinal de contas, trata-se de uma espécie bastante comum na nossa sociedade homocibernética.
Pois bem, tenho notado o comportamento de certa pessoa, alguém que conheço de outrora, que não me surpreende em absolutamente nada – por ser capaz de todos os atos psicóticos que qualquer catálogo freudiano possa conter. A criatura, depois de um repouso nas trevas nebulosas, ressurge, com um elenco de diminutivos – inclusive com meu nome. Aí me sai com a história de santidade é tudo, ou clichês como: Deus é fiel (poderia ser palmeirense) e outras coisinhas mais.
O caso é que tal pessoa me chama a atenção justamente por sua falta de lucidez, de um percurso regular de vida ou coisa parecida. É bem verdade que, segundo alguns teólogos que passaram pelos meus ouvidos e olhos, o homem se aproxima da fé pelo sofrimento. Ousaria afirmar que: O HOMEM SE APROXIMA DA FÉ PELA LOUCURA.
Talvez seja pequeno demais para tal compreensão, mas fica aí apenas uma proposição do que penso.
Aliás, para se ter fé, precisa-se pensar?

terça-feira, 10 de maio de 2011

RAINHA




Saudade é um quadro em que estou em cena.
Quando vejo seu olhar de ébano...
Sentinela, minha imagem caminha junto a sua.
Sou um rio que seus pés ferem...
Suave é meu olhar de fora dela...
Sou um urso e admirar seu brilho boreal...
Brilhante é a brisa verde da imagem sua.
Ou a folha em que toca na flor...
Sincera é sua voz de clave em fá...
Sou meio louco, de tons barítonos...
Em pianíssimo e moderatto sussurra ela.

E, de repente, saio dessa cena
Você é a bela ametista...
Pra contemplar ao que me destino.
Que brilha na bela mina de sibilância...
Mas, ao mesmo tempo me sinto nela...
Que me prende o olhar no seu brilho preciso...
E pra ela volto no mesmo caminho.

Saudade, dos sentimentos, é o mais azul...
Jamais me repito com palavras de cinco segundos...
É o caminho pra seu brilho de sóis...
Mas repito seu nome por cinco mil anos...
É um minueto pra seus sons em sol...
E são seus braços me dizendo “sós”...
Rainha!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

IN THE AIR (João Paulo Feliciano Magalhães)


A liberdade me mostra sua face quando,
Sem medos humanos,
Deixo-me guiar por você
Como as águias em formação
Com seus rasantes e altíssimos vôos
Nem que seja absolutamente
Espiritual.

PERHAPS (João Paulo Feliciano Magalhães)


Às vezes o tempo é jocoso
Por me fazer cego
Diante do caos
Às coisas miúdas e colossais:
-- miúdas pela sua singeleza;
-- colossais pela sua beleza.

Contudo,
Com seus ventos boreais,
O tempo remove as travas de meus olhos
E mostra você.
E me transporta pra lugares onde só visitei
Com minha imaginação por vezes quixoteana.