terça-feira, 30 de dezembro de 2008

CURIOSO COMO O GATO (João Paulo Feliciano Magalhães)


Nas pedras de Artacha eu te vi
Com seus cabelos de medusa mentalizante,
Com seus olhos de ximbras peroladas
-- Tesouro – pensei eu – de minha terra de cabeça oca.

Com efeito,
(e com todos os efeitos)
Achaste um acidente no percurso mental
Que, de mentalizado e mentolado,
Fez-te arder seu órgão coca-colarizado...

-- Quem sou eu? Quem sou eu nesse lugar de morros e estrelas de caixa d’água?
-- Em qual boca meu barco-vida vai se atirar... e atirar... e ativar?
(ouço seus passos all-starianos na curva sibilante)

Ora... pois... lábios hagadezados...
Não tenho pressa das decisões...
A decisão, pois, é a do ser mitológico de foice...
E de nome eufemizado (deveras eufemizado).
Opto por sair do olho do espectador
Para entrar no grande palco.
A espera já não me cabe mais
Mas os passos ocanos sim...

(Oh, caro co-enunciador, você que lê a figura patética dos poetas através dos tempos, abra espaço para ler agora as figuras de ethos; afinal, é sua “jaca-em-ebulição” que produz sentido ao que seus “escâneres-biológicos” captam do palco real e vital)

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