segunda-feira, 22 de setembro de 2008

CIRCO, POLAR E ÁCIDO (João Paulo Feliciano Magalhães)



Aos 27, Jimi tomou sua última Heroína
E Jane seu último maltado:
Doce e suave!!!
Seco e seguro!!!
Feito a navalha de um cego
Diante da treva boreal...

Aos 27 perdi meus olhos:
Vi a coleção de máscaras
Que a deusa contemplada lançou mão.
Com seu brilho sádico,
E sua língua fria,
Desliza sobre as ondas da epiderme de pêlos nórdicos.

No 27, perdi meus trajes,
Desbotados e azuis,
Porém, Azuis!!!
E do último sussurro,
Sucumbido com o espasmo dos abraços,
Sangra o azul cremoso, cardíaco e polar.

E ecoando nas corcovas cerebrais,
As vozes proferem:
Garboso, gostoso, nervo e gozo.
Neve que verte e retifica
Os espasmos de outrora
Mergulham a meticulosa mente na mais profunda e fina treva.

Aos 27, perdi os olhos...
Aos 27, ganhei a cor!!!

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